Vulnerabilidades redefinidas em práticas de autodefinição, cuidado e autonomia em relatos biográficos de Michelle Obama
Resumo
O objetivo deste artigo é discutir a maneira como condições de vulnerabilidade podem
ser aprofundadas ou modificadas, dependendo do modo como são configurados os processos
de elaboração de práticas de autodefinição, que envolvem cuidado, autonomia e
compartilhamento de experiências. A partir dos documentários Minha História (2020) e The Light We Carry (2023), resultantes de adaptações feitas pela Netflix para dois livros de inspiração biográfica escritos por Michelle Obama, buscamos discutir sobre as possibilidades de deslocamento de imagens de controle, voltadas para a naturalização do racismo, da violência de gênero e de injustiças interseccionais. Nossa abordagem mostra a transformação de formas de aparecimento político que não se reduzem a adquirir visibilidade, mas envolvem alterar o modo como sujeitos são percebidos e reconhecidos diante dos outros, principalmente quando se trata de formas de vida de mulheres negras.