Entre fotografias e retratos de Dorian Gray: o dândi wildeano recriado por John Logan em Penny dreadful

Autores

  • Auricélio Soares Fernandes Universidade Federal da Paraíba
  • Luiz Antonio Mousinho Magalhães Universidade Federal da Paraíba

Palavras-chave:

Penny dreadful, Retratos, Fotografias, Dorian Gray.

Resumo

Este artigo tem o objetivo de apresentar uma leitura do arco narrativo do personagem Dorian Gray, no seriado de televisão Penny dreadful (2014-2016). Compreendemos que essa produção televisiva criada por John Logan materializa questões relevantes para pensarmos os contextos contemporâneos da adaptação (HUTCHEON, 2013; STAM, 1992; 2006), principalmente se levarmos em conta as concepções específicas dos seriados televisivos e seu foco na persistência e atualização (JOST, 2012) e na repetição (ECO, 1989). Por meio de uma análise qualitativa, discutiremos os variados sentidos da inserção de elementos pictóricos, como fotografias e retratos, e sua relação com o personagem Dorian Gray. Tal leitura será desenvolvida através da observação da mise-en-scène no seriado. Nesse quesito, os estudos de Betton (1987), Bordwell e Thompson (2013) e Martin (2005) serão primordiais para explorarmos algumas construções de sentidos que cercam o referido personagem.

Biografia do Autor

Auricélio Soares Fernandes, Universidade Federal da Paraíba

Professor adjunto I de Língua e Literaturas de Língua Inglesa na Universidade Estadual da Paraíba. Doutor e Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Letras (UFPB) na área de Estudos Comparados.

Luiz Antonio Mousinho Magalhães, Universidade Federal da Paraíba

Professor titular do Programa de Pós-graduação em Letras e do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Culturas Midiáticas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Referências

ADVERSE, Angelica Oliveira. Dandismo: notas sobre distinção e dessemelhança. In: Acervo – Revista do Arquivo Nacional, v. 31, n. 2, 2018, p. 105-127. Disponível em: <http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/45052>. Acesso em 21 jul. 2019.

BAKHTIN, Mikhail (Volóchinov). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988.

BATAILLE, Georges. A literatura e o mal. Trad. Fernando Scheibe. Porto Alegre: L&PM, 1989.

BAZIN, André. Por um cinema impuro: defesa da adaptação. In: ______. O cinema – Ensaios. Trad. Eloísa de Araújo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 1991.

BETTON, Gérard. Estética do cinema. Trad. Marina Appenzeller. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

BORDWELL, David, THOMPSON, Kristin. A arte do cinema: uma introdução. Trad. Roberta Gregoli. Campinas: Editora da Unicamp; São Paulo: Editora da USP, 2013.

CANDIDO, Antonio. A personagem do romance. In: CANDIDO, Antonio et. al. A personagem de ficção. 13 ed. São Paulo: Perspectiva, 2014.

DAVINO, Vanessa. Penny Dreadful: Rastros de clássicos góticos em palimpsesto televisivo de horror. BABEL: Revista Eletrônica de Línguas e Literaturas Estrangeiras, n. 7, ago./dez. 2014.

DRYDEN, Linda. The modern gothic literary doubles: Stevenson, Wilde and Wells. Great Bretain: Palgrave, 2003.

ECO, Umberto. A inovação do seriado. In: ______. Sobre os espelhos e outros ensaios. Trad. Beatriz Borges. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

FERNANDES, Auricélio Soares; MAGALHÃES, Luiz Antonio Mousinho. Penny Dreadful: um pastiche gótico. Revista Todas as Musas, ano 9, n. 2, jan./jun. 2018. Disponível em: <https://www.todasasmusas.org/18Auricelio_Soares.pdf>. Acesso em 14 abr. 2019.

GAUDREAULT, André; JOST, François. A narrativa cinematográfica. Trad. Adalberto Muller. Brasília: EDUNB, 2009.

GENETTE, Gérard. Discurso da narrativa. Trad. Fernando Cabral Martins. Lisboa: Arcádia, 1979.

GOSLING, Sharon. The art and making of Penny dreadful. Londres: Titan Books, 2015.

HUTCHEON, Linda. Uma teoria da adaptação. Trad. André Cechinel. 2 ed. Florianópolis: Editora UFSC, 2013.

JOST, François. Do que as séries americanas são sintoma?. Trad. Elisabeth B. Duarte e Vanessa Curvello. Porto Alegre: Sulina, 2012.

KÜRTI, László. The symbolic construction of the monstrous – the Elizabeth Bathory story. Nar. umjet., v. 46, n. 1, 2009, p. 133-159. Disponível em: <https://www.academia.edu/17398637/THE_SYMBOLIC_CONSTRUCTION_OF_THE_MONSTROUS_THE_ELIZABETH_BATHORY_STORY>. Acesso em 21 jan. 2020.

LESSING, Lawrence. Remix making art and commerce thrive in the hybrid economy. London: Blumsburry Pbls, 2008.

LITTLE, Becky. Photos After Death: Post-Mortem Portraits Preserved Dead Family – What if your first photo was taken after you died?. Postado em 23 out. 2018. Disponível em: <https://www.history.com/news/post-mortem-photos-history>. Acesso em 15 jan. 2020.

LITTLE, Stephen. ...Ismos para entender a Arte. São Paulo: Globo, 2010.

MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. 4 ed. São Paulo: Editora Senac, 2000.

MARTIN, Marcel. A linguagem cinematográfica. São Paulo: Brasiliense, 2005.

PENNY DREADFUL (Temporada 1). Criado por John Logan. Direção: J.A. Bayona, Dearblha Walsh, Coky Giedroyc e James Howes. Produção: James Flynn e Morgan O´Sullivan. Produtores Executivos: John Logan, Pippa Harris e Sam Mendes. Estados Unidos e Inglaterra. Produtora Desert Wolf Productions e Neal Street Productions. Showtime e SkyAtlantic. 2014. DVD.

PENNY DREADFUL (Temporada 2). Criado por John Logan. Direção: J.A. Bayona, Dearblha Walsh, Coky Giedroyc e James Howes. Produção: James Flynn e Morgan O´Sullivan. Produtores Executivos: John Logan, Pippa Harris e Sam Mendes. Estados Unidos e Inglaterra. Produtora Desert Wolf Productions e Neal Street Productions. Showtime e SkyAtlantic. 2015. DVD.

PENNY DREADFUL (Temporada 3). Criado por John Logan. Direção: J.A. Bayona, Dearblha Walsh, Coky Giedroyc e James Howes. Produção: James Flynn e Morgan O´Sullivan. Produtores Executivos: John Logan, Pippa Harris e Sam Mendes. Estados Unidos e Inglaterra. Produtora Desert Wolf Productions e Neal Street Productions. Showtime e SkyAtlantic. 2016. DVD.

PFEIFER, Adolfo Kuhn. Teosofia antiga e moderna Teosofia moderna: possibilidades de convergência das visões de mundo religiosa e científica. Sacrilegens, v. 15, n. 2, Juiz de Fora, jul./dez. 2018, p. 1266-1363.

POIVERT, Michel. Notas sobre a imagem encenada, paradigma reprovado da história da fotografia?. Trad. Fernanda Verissimo. Revista PORTO ARTE, v. 21, n. 35, Porto Alegre, mai. 2016. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/PortoArte/article/view/73716/41486>. Acesso em 22 jul. 2019.

RITA, Annabela. Mise en abyme (ou mise en abîme). E-dicionário de termos literários de Carlos Ceia. Jun. 2010. Disponível em: <http://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/mise-en-abyme/>. Acesso em 10 abr. 2019.

ROUDINESCO, Elisabeth; PLON, Michel. Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

STAM, Robert. Bahktin – da teoria literária à cultura de massa. Trad. Heloísa Jahn. São Paulo: Editora Ãtica, 1992.

______. Introdução à teoria do cinema. Campinas: Papirus, 2006.

TAVARES, Enéias Farias; MATANGRANO, Bruno Anselmi. A humanização do monstro no seriado televisivo Penny dreadful. Revista Abusões, n. 2, v. 2, Rio de Janeiro, 2016.

VOYEURISMO (verbete). In: KAUFMANN, Pierre. Dicionário enciclopédico de Psicanálise: o legado de Freud e Lacan. Trad. Vera Ribeiro e Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996.

WAUGH, Patricia. What is metafiction and why are they saying such awful things about it?. In: Metafiction – The theory and practice of self-conscious fiction. London and New York: Routledge, 1984.

WILDE, Oscar. O retrato de Dorian Gray. Edição anotada e não censurada (org. Nicholas Frankel). Trad. Jorio Dauster. São Paulo: Biblioteca Azul, 2014.

Downloads

Publicado

2021-07-02