A lesbianidade no cinema distópico brasileiro
primeiros avistamentos
Resumo
Este artigo pensa a lesbianidade nos filmes Bacurau (2019), Medusa (2021) e Mato seco em chamas (2022), partindo da hipótese de que tal recorte, entremeado às produções que flertam com a ficção científica no cinema brasileiro, pode promover diferentes elaborações sobre a “estraga-prazeres feminista” (Ahmed, 2020), que implica na figura de uma mulher capaz de incomodar e desestabilizar aqueles que estão a sua volta. Para tal, estabeleço um diálogo com autoras que versam sobre a (in)visibilidade lésbica no cinema (Brandão; Sousa, 2019) e as representações femininas na FC brasileira (Ginway, 2005) – usualmente identificadas a partir de suas dualidades. Assim, este trabalho pretende elaborar um primeiro esboço sobre essas personagens femininas da ficção distópica brasileira partindo um aprofundamento sobre as suas sexualidades dissidentes.