O inquietante e o obsceno no escândalo midiático da orgia de João Doria

Autores

  • Fábio de Carvalho Penido Universidade Federal de Minas Gerais

Resumo

O presente artigo parte de um escândalo midiático que tomou forma no decorrer das campanhas eleitorais do ano de 2018 envolvendo o então candidato a governador paulista, João Doria (PSDB). A análise do curto vídeo que serviu de evidência para as acusações de infidelidade matrimonial do ex-governador auxilia na compreensão de características que têm se tornado comuns instrumentos na captura de eleitores-espectadores-usuários das redes sociais digitais. Através dos afetos suscitados pelos campos estéticos do obsceno e do inquietante, a suposta orgia de João Doria se tornou um eficiente meio de desestabilização da imagem pública de seu personagem principal, oscilando entre o meme, o flagra moralista do eleitor conservador, o libelo anticorrupção e outros tantos posicionamentos. Através de uma análise do vídeo em si, de sua circulação pelo X (antigo Twitter) e o cotejo com as matrizes estéticas-teóricas do obsceno e do inquietante, o artigo desenvolve um tratamento das imagens como sintoma das transformações que a sociedade brasileira tem passado em sua relação com a política, seus discursos e suas imagens.

Biografia do Autor

Fábio de Carvalho Penido, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutorando em Comunicação Social no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Comunicação Social pelo PPG-COM da UFMG. Bacharel em Cinema e Audiovisual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Atua como programador do Cineclube Comum e crítico de cinema na revista Multiplot!.

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Publicado

2025-02-06

Como Citar

de Carvalho Penido, F. (2025). O inquietante e o obsceno no escândalo midiático da orgia de João Doria. INSÓLITA - Revista Brasileira De Estudos Interdisciplinares Do Insólito, Da Fantasia E Do Imaginário, 4(2), 82–98. Recuperado de https://revistas.intercom.org.br/index.php/insolita/article/view/4953

Edição

Seção

Dossiê: A realidade é mais insólita!