Violência sonora em viagens de ônibus

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-58442023127pt

Palavras-chave:

Música, Transporte coletivo, Violência, Espaço público, Juventude

Resumo

O artigo debruça-se sobre o recorrente e conflituoso caso da execução musical em transportes coletivos, analisando as dinâmicas de tal experiência musical forçada como um ato de violência entrecortada por diversas outras violências. Discute a forma com que o medo condiciona as escutas dessa experiência musical, matizada por valores, ideias e preconceitos compartilhados sobre as músicas que circulam forçadamente no espaço público. A imposição de um determinado repertório musical aos outros passageiros configura-se como ação política de reivindicação de uma voz por indivíduos que sofrem diversos tipos de opressão, mas ao mesmo tempo colabora para a sedimentação de estigmatizações e estereótipos reforçados pela escuta forçada. Informado por entrevistas realizadas no Rio de Janeiro, o texto busca aprofundar o debate sobre usos da música em espaços públicos, incorporando as complexidades e contradições que atravessam o controle sonoro e musical em transportes coletivos nas metrópoles latino-americanas.

Biografia do Autor

Felipe da Costa Trotta, Universidade Federal Fluminense. Niterói - RJ, Brasil

É musicólogo, professor do Departamento de Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da mesma instituição. Possui doutorado em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006) e mestrado em Música (UNIRIO, 2001). Foi presidente (2020-2022) da Seção Latinoamericana da International Association for the Study of Popular Music (IASPM-AL). É autor dos livros O samba e suas fronteiras (Ed.UFRJ, 2011), No Ceará não tem disso não (Folio Digital, 2014) e Annoying Music in Everyday Life (Bloomsbury, 2020).

Publicado

11-12-2023

Como Citar

TROTTA, F. da C. Violência sonora em viagens de ônibus. Intercom - Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 46, p. e2023127, 2023. DOI: 10.1590/1809-58442023127pt. Disponível em: https://revistas.intercom.org.br/index.php/revistaintercom/article/view/4482. Acesso em: 3 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos