Ciências da comunicação contra a desinformação: a favor do jornalismo e da democracia
Resumo
Nos últimos anos, a forma como produzimos e consumimos notícias mudou. Com o advento das plataformas sociais digitais, a informação é transmitida tão velozmente quanto um vírus. E neste ambiente, por muitas razões, a desinformação tem um alcance superior ao da imprensa, se configurando como uma ameaça ao jornalismo e, principalmente, à democracia.
Consciente dos efeitos desastrosos da superindústria da desinformação, o jornalista e professor Eugênio Bucci afirma, no entanto, que não estamos diante de um dilema sem solução. Para ele, no contexto em que vivemos, uma intervenção eficaz contra a desinformação passa pela regulação do mercado das redes digitais. Nesta entrevista, Bucci reflete sobre as ciências da comunicação contra a desinformação, a favor do jornalismo e da democracia.
Eugênio Bucci é professor titular na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Ele desenvolve pesquisas nas áreas de informação e cultura democrática, ética e imprensa, comunicação pública e superindústria do imaginário. Entre outros reconhecimentos, recebeu o prêmio Excelência Jornalística da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em 2011, o Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa (2013) pela Revista de Jornalismo ESPM e foi homenageado na edição de 2017 do Prêmio Especialistas - Negócios da Comunicação.
Escreveu, entre outros livros, O Estado de Narciso (2015) e A forma bruta dos protestos (2016), ambos pela Companhia das Letras, Existe democracia sem verdade factual? (2019), pela Editora Estação das Letras e Cores e A Superindústria do Imaginário (2021), pela Editora Autêntica.